O mundo celebra hoje a queda do Muro de Berlim. Faz hoje precisamente 20 anos que o símbolo da divisão da Alemanha e da Guerra Fria caiu quando na noite de 9 de Novembro de 1989 uma multidão de pessoas da parte leste da cidade avançou rumo aos postos fronteiriços que separavam os habitantes da zona leste de Berlim da liberdade vivida a ocidente.
O Muro de Berlim, também chamado do Muro da Vergonha, viu iniciada a sua construção a 13 de Agosto de 1961 e acabou por vir abaixo a 9 de Novembro de 1989 em plena fase da Perestroika, que percorria a extinta União Soviética, e no decorrer de um período de protesto às restrições impostas pela ex-República Democrática Alemã.
Vinte anos depois de conquistada a liberdade por parte dos alemães de leste a data é hoje comemorada tendo como ponto alto da queda do Muro de Berlim o derrube simbólico de um “dominó” com mil peças feitas de esferovite, de 2,5 metros de altura, concebidas por alunos de escolas de Berlim e de outras cidades do país e do estrangeiro com Lisboa incluída.
O dia em que Gorbachov disse: “Não contem com os nossos tanques!”
Os blindados russos tinham anteriormente esmagado as revoltas de Budapeste, em 1956, e de Praga, em 1968. Por que razão, no Verão de 1989, o Kremlin decidiu não intervir? É o enigma que aqui se tenta resolver a partir de arquivos em alguns casos inéditos.
“Ele era mais humano do que os que vieram antes dele.
Mais abordável.
Mais como um de nós.
Permitiu que o muro de Berlim caísse e recusou pôr o sistema estatal a oxigénio quando o Comunismo entrou no seu estertor, e, por isso, coroámos Mikhail Gorbachov como «o homem que pôs fim à Guerra Fria» e concedemos-lhe um lugar honroso nos nossos livros de História. E, apesar de ele ter desmantelado o sistema antigo sem o substituir por outro, e apesar de, por causa disso, ele não ser um herói na sua terra, que importa? Por certo, ninguém se importa com isso na Pizza Hut – porque ele é também o homem que levou as pizzas a Moscovo.
Por isso, filmaram-no sentado no seu restaurante com a sua neta de 10 anos, durante 40 segundos, sem dizer uma palavra, sem comer uma fatia – ela é que tinha fome – mostrando-se apenas mais humano que os que vieram antes dele, mais abordável, mais parecido com um de nós. E as vendas subiram.
Veneremos o homem, venerando a sua pizza.
Sai uma glasnost.
Sai uma perstroika.
João Paulo II, o factor Providência
O pontificado do polaco João Paulo II marcou uma viragem na diplomacia da Santa Sé. O Papa conciliador também fica na História como um dos coveiros do comunismo
Jugoslávia, a rebelde do Leste
Com a sua experiência de socialismo autogestionário e profunda descentralização política, afirmava-se como alternativa ao monolitismo do Kremlin. Mas a experiência terminaria num banho de sangue
ALEMANHAS
Tragédia e glória de Berlim
Na cidade dividida, o Muro passava a escassos metros do Reichstag, símbolo renascido de mais de cem anos de vitórias e derrotas, ódio e fraternidade. O edifício, onde os soldados de Hitler e de Estaline travaram uma sangrenta batalha em 30 de Abril de 1945, está no coração da reunificação de Berlim, da Alemanha e da Europa
O Muro por dentro
Uma das mais sofisticadas barreiras concebidas e construídas pelo Homem dividiu ao meio a cidade de Berlim entre 1961 e 1989. Erguido pela RDA, o célebre Muro de Berlim destinava-se a pôr à longa sucessão de fugas de cidadãos leste-alemães para a RFA
RDA e RFA. crónica de um país dividido
Mais do que dois estados, duas burocracias e dois sistemas antagónicos, a Guerra Fria criou no coração da Europa dois géneros de alemães diferentes
Stasi, o escudo e a espada da RDA
A Stasi (polícia política da RDA) erigiu uma das maiores e mais eficazes redes de espionagem da História, dirigida principalmente contra a própria população
AS ONDAS DE CHOQUE EM PORTUGAL
Os portugueses que viveram no frio
Tanto a meteorologia quanto a guerra: ambas frias. E, no entanto, porque é que os portugueses que viveram do lado de lá do Muro (na ex-RDA, na ex-URSS ou até na Roménia) recordam aquele mundo com tanto calor?
PCP, o menino e a “água do banho”
Quando o Muro “caiu” em cima do PCP, o partido ficou a ver se o tempo não fugia. Vinte anos depois, os comunistas portugueses aprenderam com a derrocada ou continuam a … leste?
Um mau negócio para a economia
Portugal ficou ainda mais distante do centro da Europa quando os regimes do Leste implodiram por dentro. Perdeu investimento e sofreu quebras drásticas nas exportações para a Alemanha. Salvaram-se os fundos comunitários
As comemorações dos 20 anos da queda do muro de Berlim contam com a presença do primeiro-ministro português, José Sócrates, que estará ao lado de vários chefes de Estado e Governo europeus e da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Na agenda de José Sócrates em Berlim está prevista a presença do primeiro-ministro, ao final da tarde, na recepção oferecida pelo presidente da Alemanha, Horst Kohler, no Palácio Bellevue, seguindo depois juntamente com todos os outros chefes de Estado e de Governo para as Portas de Bradenburgo, ponto alto para a realização das cerimónias.
No final da cerimónia, o primeiro-ministro português participa ainda num jantar oferecido pela chefe do Governo germânica, Angela Merkel, que irá decorrer na chancelaria federal.
Filed under: Uncategorized |
Deixe uma Resposta